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Vai trocar pneu ou fazer alinhamento?
É recomendável fazer alinhamento e balanceamento a cada 10 mil km e substituir os pneus entre 35 mil km e 45 mil km. Para isso, muitos recorrem a lojas especializadas. O problema é que algumas costumam “empurrar” também a troca de peças da suspensão e outros serviços que podem ser desnecessários, fazendo o motorista gastar muito mais do que gostaria.
Em qualquer ramo existem bons e maus profissionais, mas a falta de conhecimento técnico dos clientes, aliada à política de pagamento por comissão nas revendedoras, cria um ambiente propício para a ação de atendentes desonestos.
Veja abaixo dicas para escapar da enganação e identificar gastos que realmente valem para seu carro rodar em boas condições.
1) Balanceamento e alinhamento são essenciais
Alinhamento e balanceamento são essenciais para a preservar os pneus. Além da frequência recomendada, a cada 10 mil km, deve-se fazer novamente o balanceamento toda vez que for necessário desmontar ou montar um pneu em uma roda. Quando ele não é bem feito, o volante do carro trepida em altas velocidades.
Também é importante verificar o alinhamento antes e depois da troca do pneu. Se você sair da loja e o carro estiver puxando para algum dos lados em reta, em pista plana, volte e peça a verificação. Explique o sintoma e, se necessário, deixe que o técnico dê uma volta com o carro.
A falta de alinhamento provocará o desgaste irregular dos pneus. E a falta de balanceamento também contribui para um desgaste prematuro deles.
2) Cambagem nem sempre é necessária
Ao contrário do balanceamento, a troca dos pneus não exige sempre a alteração da cambagem, que é a inclinação da roda do veículo em relação ao plano vertical.
É sempre bom verificá-la, mas a mudança só será necessária se você teve um impacto forte na roda – alguma colisão, se passou por buraco expressivo ou pegou uma guia de calçada.
Caso ouça que precisa fazer a correção e não tenha passado por nenhuma das situações citadas acima, consulte uma segunda opinião.
Alguns veículos nem permitem regulagem da cambagem, mas só quem faz o alinhamento sabe isso. Você pode ligar na concessionária e perguntar se o seu carro tem esse recurso. Nesses veículos, quando realmente há necessidade de corrigir a inclinação da roda, o serviço é feito com macacos hidráulicos.
3) E se disserem que tem que trocar alguma peça?
Em algumas revendas, os atendentes condenam várias peças da suspensão, como amortecedores, batentes, bandejas, buchas da barra estabilizadoras, pivôs, terminais de direção e por aí vai. Se você é daqueles que não fazem revisão periódica, realmente pode ter uma lista de peças danificadas, afinal, sabemos que não faltam buracos nas ruas e estradas do país. Mas muitos motoristas acabam trocando peças desnecessariamente.
Sugiro que, antes de ir a uma loja, você visite o seu mecânico de confiança e peça para checar a suspensão dianteira. Só depois leve o veículo para a troca dos pneus e compare os orçamentos. Assim, você terá o respaldo técnico de dois profissionais para tomar a decisão. Se a dúvida persistir, consulte um terceiro profissional.
4) Intimidar para forçar a venda é muito comum
Maus profissionais aproveitam a ingenuidade de alguns clientes para amedrontá-los. São comuns frases como: “Se o(a) senhor(a) não trocar essas peças poderá sofrer um acidente grave”; “Não sei como o(a) senhor(a) não ficou na rua”; “Se não trocar essas peças, não vou poder dar a garantia dos pneus”. Se o motorista for “relaxado” com o carro, até pode ser verdade, mas, quando o atendente é muito dramático, vale consultar a opinião de outro profissional.
5) Não se iluda com pneu barato demais
Fazer pesquisa para encontrar o melhor preço de um produto é muito saudável, mas acreditar em Papai Noel é demais. Pneu bom custa caro porque envolve tecnologia e matéria-prima de qualidade. Além disso, é um item de segurança. Não se iluda com ofertas desproporcionais. A sua família agradece.
6) Cuidado com os cupons de desconto
Algumas empresas fazem promoções com cupons de desconto para um pneu novo e, quando você chega à loja, recebe aquela enxurrada de serviços adicionais e desnecessários, como cambagem, desoxidação das pinças de freio, desempeno de rodas, entre outros.
7) Consulte os sites de reclamações
Ao pesquisar os sites de reclamações, além de comprovar estas dicas, você conhecerá quais as empresas campeãs insatisfação. É claro que, quanto maior a rede, mais clientes são atendidos e o número de queixas costuma ser maior do que de uma loja ou oficina pequena. Porém, as reclamações permitirão observar de que forma as empresas tratam seus clientes no pós-venda e a postura dos fabricantes de pneus diante da inabilidade de seus revendedores diante das insatisfações dos clientes da marca.
Você vai ler sobre casos em que o cliente deixa o carro para trocar os pneus e a loja vem com um orçamento, com este e muitos outros serviços, condenando suspensão, caixa de direção, achando vazamento de óleo, que chega a R$ 9 mil, quando, em média, a troca dos 4 pneus mais alinhamento e balanceamento sai por cerca de R$ 1.200, num modelo “popular”.
8) Garantia do pneu pode ser difícil de usar
Tão complicado quanto ligar para uma operadora de celular é obter uma solução rápida de um fabricante de pneus. Em geral, solicitar a garantia de um pneu desgastado ou estourado geralmente se transforma em uma “novela mexicana”. Faz sentido seguir os procedimentos, mas algumas empresas acabam jogando o usuário de um lado para o outro. Por isso, é importante fazer todas as etapas anteriores e guardar as notas fiscais.
E, ao sentir qualquer anomalia, como barulho no pneu ou instabilidade na direção, leve o carro para ser verificado o quanto antes. Boa manutenção.